segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O Ecumenismo do Vaticano II

William Cardozo
 
Há pouco tempo atrás o Papa Bento XVI reafirmou, através da Congregação Para a Doutrina da Fé, que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo.
O IV Concílio de Latrão definiu - dogmaticamente - que "fora da Igreja Católica não há Salvação" - Extra Ecclesia Nulla Salus. Mas o que parece nos dias de hoje é que os teólogos - ditos 'católicos' - não são adeptos deste dogma da Santa Igreja, e assim, ensinam em muitos seminários que o Ecumenismo - que se baseia na aceitação das demais religiões - é lícito e deve ser praticado. O Ecumenismo hoje ensinado contraria a Doutrina Católica e mostra que há vários caminhos para se chegar a Deus e que para o bem estar do homem é necessário que se respeite e aceite as demais religiões.
A explicação para toda essa confusão está nos ensinamentos do Concílio Vaticano II (1963-1965), em especial no Decreto Unitatis Redintegratio, transcrito abaixo:

"Todos os Cristãos professem perante o mundo inteiro a fé no Deus uno e trino, no Filho de Deus encarnado, nosso Redentor e Salvador. Por um esforço comum e em mútua estima dêem testemunho da nossa esperança que não confunde. Sendo que nos tempos hodiernos se estabelece largamente a cooperação no campo social, todos os homens são chamados a uma obra comum, mas de modo especial os que crêem em Deus, máxime de todos os Cristãos assinalados com o nome de Cristo. A cooperação de todos os Cristãos exprime, de modo vivo, os laços que já os unem entre si e faz resplandecer mais plenamente a face de Cristo Servo. Essa cooperação já instaurada em não poucas nações, deve ser aperfeiçoada sempre mais, principalmente nas regiões onde se realiza a revolução social ou técnica. Ela contribuirá assim para avaliar devidamente a dignidade da pessoa humana promover o bem da paz, prosseguir na aplicação social do Evangelho, incentivar o espírito cristão nas ciências e nas artes e aplicar todos os gêneros de remédios aos males da nossa época, tais como: a fome e as calamidades, o analfabetismo e a pobreza, a falta de habitações e a distribuição não justa dos bens. Por essa cooperação todos os que crêem em Cristo podem aprender de modo fácil como devem conhecer-se melhor mutuamente e estimar-se mais e como se abre o caminho para a unidade dos Cristãos." (Compêndio do Vaticano II - Decreto Unitatis Redintegratio, nº 12 - p. 322 - Editora Vozes, 26ª Edição - destaques meus.)

Era de se esperar que este decreto trataria de qual maneira os Católicos deveriam se portar diante das demais religiões - que não possuem os meios para a Salvação - , mas o que se nota neste trecho é a influência do Comunismo nos ensinamentos do Concílio. Os termos destacados mostram claramente os ideais que o Concílio quis estimar: obra comum, revolução social, cooperação no campo social, etc...
Mas sem dúvidas o que mais assusta é que o Concílio não cita entre "os males da época" o pecado, o desrespeito da Sagrada Eucaristia, a perdição das almas, o ateísmo que proliferava na época; termos estes que a Santa Igreja sempre lutou e ensinou sobre pois Sua função é cuidar da Salvação das almas e não de revoluções sociais - como o fragmento apresenta.
Após o Concílio uma grande quantidade de sacerdotes - e bispos - deixaram de lado a principal função, que é a de salvar as almas, e passaram a se ocupar com o que o Comunismo se preocupa, passando de Sacerdotes à assistentes sociais. Os clérigos foram igualados aos fiéis. Sacerdotes e leigos agora não possuem diferenças, devem se preocupar com o que é em comum a ambos, o que é material,o que é social, o que é comum...
O Ecumenismo do Concílio Vaticano II não se distancia muito, pois segundo o Concílio, a Igreja Católica e as demais religiões passam a ser iguais, passam a ter algo em comum, passam a ter os mesmos caminhos para se chegar a Deus, caminhos em comum....
Onde tudo é comum, é no Comunismo, que é ateu, que nega a Santa Igreja, que nega Deus; pois Deus e o homem são comuns, são iguais.

Rezemos pelo Papa Bento XVI para que tenha força, coragem e sabedoria para guiar a Santa Igreja, sem Comunismo, sem Ecumenismo, fora da qual não há Salvação.

Invenisti enim gratiam apud Deum.
William Cardozo.