quarta-feira, 30 de maio de 2007

Aborto no Brasil: Paradoxo moral e político.

A sociedade brasileira enfrenta uma série de questões relacionadas à política do atual presidente da república. São mensalões, escândalos no Congresso Nacional, operações da Polícia Federal revelando - e derrubando - muitos parlamentares, discussões sobre maioridade penal e até a tal descriminalização do aborto. Os brasileiros enfrentam, o governo apenas discute, e com isso fica cada vez mais clara a postura de nossos governantes.

O lema do Brasil está expresso em sua bandeira: "Ordem e Progresso". Estas palavras representam os princípios que movem nosso governo. A "Ordem" move a postura dos homens que representam o povo no poder democrático. Já o "Progresso" pode ser encontrado nas atitudes e decisões destes membros do governo brasileiro.

Em 1889, o marechal Deodoro da Fonseca pensou bem quando decidiu adotar este lema e estampá-lo na Bandeira Nacional. O marechal bem pensou. Pensou tão bem que deixou de pensar que lemas não movem homens. São idéias que movem homens. E as idéias dos governantes e parlamentares atuais - em sua maioria - não estão nem um pouco relacionadas com o lema de "Ordem e Progresso".


A política brasileira vive um paradoxo de dimensão desconhecida, onde o que se mostra é uma desordem política e um regresso moral. Fala-se muito em descriminalização do aborto, fala-se no direito da mulher decidir sobre seu corpo. Discutem-se em qual fase embrionária é gerada a vida. Ordenam-se as idéias "caducadamente", e mais uma vez deixam o princípio do "Progresso" de lado.


A aprovação de uma lei que permita o aborto, é a aprovação de um crime; um crime contra um indivíduo da sociedade que não tem direito à defesa. Alegar que o aborto pode ser válido em caso de estupro, é permitir que alguém limpe um crime com a prática de outro. Mas não se pensa que o feto seja uma vida.


Quando se gera a vida ? Cientistas - que de tanto pensar ficaram "caducos", como o lema nacional - dizem que é na fase de "nêurula", onde inicia a formação do sistema nervoso do feto. São cientistas gnósticos - e "caducos" - que a acreditam que a matéria dá origem a vida. Acreditam - caducadamente - que a vida é gerada pela formação do Sistema Nervoso. Os vegetais não possuem Sistema Nervoso, mas possuem vida da mesma maneira. Como dizia Drummond: 'E agora José?'.


O governo brasileiro está prestes a tomar estes rumos. O presidente Lula participou recentemente de uma manifestação de uma sociedade feminista 'pró-aborto'. A contradição é grande. O presidente se diz Católico, mas participa de manifestações 'pró-aborto' pouco tempo depois do Papa dizer que o aborto é um atentado contra a vida. Sábias palavras do Sumo Pontífice. Grande contradição do presidente e da sociedade feminista.


A sociedade feminista pró-aborto diz se basear no direito da mulher de decidir sobre seu corpo, se quer ter a criança ou não. Diz-se no direito da mulher de decidir. Há duas contradições imensas nesse aspecto: coloca-se o direito de decisão de uma mulher, acima do direito a vida de um indivíduo; e - a mais 'gagá', 'caduca' - se a vida que está sendo gerada ali for uma mulher? Ela não possui este direito de decisão sobre seu corpo? Nota-se claramente o verdadeiro intuito destas pessoas, e o seu tamanho paradoxo.

O governo diz pensar sobre este tema, enquanto enfrenta uma série de escândalos dentro de seus bastidores. Esperamos que o governo pense sim, mas não pense muito, como Deodoro, que de tanto pensar terminou desgastado. O governo se desgasta, e o povo mais uma vez acredita em Ordem, e em Progresso.


William Cardozo.

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